Resenha Literária – A Irmandade Perdida, de Anne Fortier

Título: A Irmandade Perdida
Autor: Anne Fortier  
Editora: Arqueiro
Sinopse:  Diana Morgan é professora da renomada Universidade de Oxford. Especialista em mitologia grega, tem verdadeira obsessão pelo assunto desde a infância, quando sua excêntrica avó alegou ser uma amazona – e desapareceu sem deixar vestígios. No mundo acadêmico, a fixação de Diana pelas amazonas é motivo de piada, porém ela acaba recebendo uma oferta irrecusável de uma misteriosa instituição. Financiada pela Fundação Skolsky, a pesquisadora viaja para o norte da África, onde conhece Nick Barrán, um homem enigmático que a guia até um templo recém-encontrado, encoberto há 3 mil anos pela areia do deserto. Com a ajuda de um caderno deixado pela avó, Diana começa a decifrar as estranhas inscrições registradas no templo e logo encontra o nome de Mirina, a primeira rainha amazona. Na Idade do Bronze, ela atravessou o Mediterrâneo em uma tentativa heroica de libertar suas irmãs, sequestradas por piratas gregos. Seguindo os rastros dessas guerreiras, Diana e Nick se lançam em uma jornada em busca da verdade por trás do mito – algo capaz de mudar suas vidas, mas também de despertar a ganância de colecionadores de arte dispostos a tudo para pôr as mãos no lendário Tesouro das Amazonas. Entrelaçando passado e presente e percorrendo Inglaterra, Argélia, Grécia e as ruínas de Troia, A irmandade perdida é uma aventura apaixonante sobre duas mulheres separadas por milênios, mas com uma luta em comum: manter vivas as amazonas e preservar seu legado para a humanidade.



Esse livro foi uma maravilhosa surpresa. A princípio fiquei na dúvida achando que seria mais uma história qualquer de aventura, mas quando comecei a leitura… minha nossa, fui completamente capturada por essa trama fascinante!
Posso dizer que foi um dos melhores livros que li em 2015.

Nossa personagem principal é Diana Morgan, uma professora especialista em mitologia grega e que possui uma grande fascinação pelas Amazonas, mas ninguém a leva a sério. Essa ideia fixa vem desde a sua infância, quando sua avó paterna foi morar na sua casa porque os médicos diziam que ela não estava bem mentalmente.

Diana acabou se aproximando mais da avó, e em consequência disso sua avó lhe contou um segredo… Ela era uma Amazona! Mas esse era um assunto proibido na família, pois os pais de Diana, acreditavam que essa história vinha de uma mente perturbada. Quando sua avó desapareceu, com certa ajuda da pequena Diana, todos acharam que ela havia morrido, até mesmo Diana se sentiu culpada durante muito tempo por isso.

 Sua avó deixou um diário para Diana, mas todo ele estava escrito em uma linguagem que não existia… e todos calcularam que era apenas fruto da imaginação de uma senhora idosa.



Os anos se passaram e Diana se formou em mitologia grega, se tornou uma professora da renomada Universidade de Oxford e se especializou em filologia, mas nunca abandonou a suas ideias sobre as Amazonas.

Certo dia Diana foi contatada por um senhor que dizia precisar de suas habilidades e lhe apresentou uma imagem de uma escavação, onde se via toda uma inscrição nas paredes, e para o susto e ao mesmo tempo alegria de Diana, aquelas inscrições eram parecidas com as do caderno deixado pela sua avó!

Diana segue para as escavações e assim começa a sua grande jornada em busca de algo que prove que as Amazonas realmente existiram. Diana acaba conhecendo Nick nas escavações e ele é praticamente o responsável por tudo, Nick acompanha e descobre junto com Diana tudo o que ela está desvendando.

Muitas coisas acabam acontecendo, desabamentos, roubos de materiais, perseguições e brigas entre grupos que querem descobrir as mesmas coisas e não medem esforços.

Seguindo as pistas encontradas, Diana acaba viajando para onde acha necessário e conhecendo pessoas que a cada momento lhe fornecem mais e mais informações.

"Eu sou uma amazona, matadora de animais e de homens", ela dissera, com os olhos azuis-acinzentados iluminados por um brilho febril, metálico. “A liberdade corre em minhas veias; corda nenhuma pode me prender. Eu nada temo; é o medo que foge de mim. Ando sempre para frente, pois esse é o único caminho. Quem tentar me impedir sentirá minha fúria.” (pág. 194)

Durante a leitura, vamos sendo informados das descobertas nos dias atuais, pelas mãos de Diana e em outro capítulo, de como tudo realmente aconteceu em um passado bem distante, e conhecemos uma guerreira chamada Mirina e sua jornada.
Temos então presente e passado, que vão se entrelaçando e se tornando uma história incrível.

O livro é fabuloso, perfeito do início ao fim, com muita ação, suspense, doses certas de romance, histórias mitológicas, na qual Anne Fortier conseguiu unir Amazonas, Gregos, Troianos, Helena de Tróia e muito mais em sua envolvente história, fazendo com que cada um fizesse parte desse belo e inesquecível enredo!

Lembrando que, nessa história temos mulheres realmente guerreiras, que lutam, pegam em armas, defendem os seus e criam sua própria “tribo”. Nas Amazonas não há espaço para os homens.



O que posso dizer para vocês?
Leiam esse livro, não pensem “ele tem muitas páginas” ou em qualquer outro “mimimi”, simplesmente leiam e vocês vão ver as páginas voar rapidamente, vão torcer, suspirar e amar cada pedacinho dessa história e ver o quanto esse livro é grandioso.



Vamos falar um pouco da parte técnica do livro?
A capa possui aplicação de verniz (brilho) no título do livro, no nome da autora e nos grafismos. A diagramação é caprichada e bem cuidada. As páginas foram impressas em papel creme, o que suaviza a leitura e não cansa os olhos, com tipologia adequada o que facilita a leitura. O livro possui 528 páginas divididas em 44 capítulos, mapa, prólogo, epílogo e nota da autora.
Parabéns para a editora Arqueiro pelo belíssimo trabalho.

Capas:
Vídeo:



Sobre a autora: Anne Fortier nasceu e cresceu na Dinamarca. Fez doutorado em História das Ideias na Universidade Aarhus. Em 2002, se mudou para os Estados Unidos para trabalhar com filmes. É coprodutora do documentário vencedor do Emmy Fire and Ice: The Winter War of Finland and Russia. Publicou seu primeiro livro em 2005, na Dinamarca, e lecionou em diversas universidades da Europa e da América do Norte. Atualmente mora no Canadá.