Resenha Série – Drácula

Título: Drácula
Gênero: Drama | Mistério | Thriller
Direção: Damon Thomas (II) | Jonny Campbell | Paul McGuigan (I)
País de Origem: Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte
Elenco:  Claes Bang, Dolly Wells, John Heffernan, Jonathan Aris, Morfydd Clark, Sacha Dhawan, Anthony Flanagan, Catherine Schell, Clive Russell, Joanna Scanlan, Lujza Richter, Lydia West, Mark Gatiss, Nathan Stewart-Jarrett, Youssef Kerkour.

Sinopse: Na Transilvânia de 1897, o Conde Drácula (Claes Bang) apavora uma cidade da Inglaterra vitoriana com seus sangrentos crimes contra a humanidade. Intrigante e mortal, a misteriosa figura do vampiro atrai tanto vítimas como inimigos, capturando a atenção de todos os cidadãos a sua volta.






Primeira série vista em 2020: Drácula!

Como a internet ficou meio dividida, com muita gente achando ruim, pensei logo: "Bora ver"

#FicaDica O vampiro aqui é #Sinistro, então, quem procura vampiro que brilha no sol e coisa do tipo, #NemDesceProPlay

Com três episódios de uma hora e meia cada, acabei vendo tudo e nem senti o tempo passar, simplesmente fluiu como sangue nas veias. Opa, já estou no espírito #Sanguinolento

O que falar do Conde Drácula, esse personagem com tantas adaptações e versões diferentes? A série é uma clara homenagem ao Drácula de Christopher Lee, com toques de Bela Lugosi e diversas referências ao Drácula de Gary Oldman, com algumas mudanças significativas na história (especialmente no personagem Van Helsing) assim como estabelece algumas explicações para o comportamento de Drácula.

Um pequeno mistério resolvido pela série e simultaneamente um pequeno #Spoiler apenas para deixar claro o tom da história. Alguns pontos fundamentais do mito do Drácula, como o medo da cruz, são estabelecidos nessa nova história segundo uma perspectiva distinta: O vampiro, ao sugar o sangue das vítimas, suga suas habilidades e conhecimentos, porém suga igualmente suas crendices irracionais. Como o Buffet do Conde por 400 anos foram pessoas controladas pela opressão e o obscurantismo da religião, ele adquire esse "medo" da cruz, medo esse que é parte inerente ao processo de autoridade medieval baseado em mitologias e contos de fadas. Essa "contaminação mental" surpreende até mesmo o Conde.

#ChegaDeSpoiler Senão ele morde



A série tem 3 episódios, sendo o primeiro uma apresentação dos personagens segundo uma visão mais tradicional (#JorraMuitoSangue). No segundo episódio ocorre uma grande jornada, uma transição para algo novo, num ambiente claustrofóbico de tensão crescente, onde assistimos o caminhar da destruição física e mental (#JorraMaisSangue). No terceiro episódio, temos o grande reposicionamento da história num contexto diferente, com diversas observações sarcásticas sobre o mundo moderno, como a obsessão pela futilidade, a inundação de recursos, o desencanto e a insatisfação humana (#TomaLáMaisSangue). Fechando esse arco, no episódio final surgem diversos personagens clássicos como Lucy, Quincey e Jack.

Sobre o elenco, Claes Bang, mesmo homenageando diversas versões anteriores do vampiro, consegue criar algo particular e sinistro, indiferente e maleável, debochado e maligno, digno de ser considerado uma criatura das trevas. O antagonismo do personagem Van helsing é apresentado com vigor intelectual, como um Sherlock Holmes diante de algo estranho mas compreensível, suscetível ao inabalável escrutínio do intelecto (#Inquebrantável). Jonathan Harker tem bastante destaque no início, com uma performance desesperadora, como seria de se esperar ao encarar as trevas. A subserviência de Reinfield é apresentada de uma forma irônica, moderna e plausível, gerando momentos desconcertantes. Cabe destacar, no episódio 2, os diversos personagens com características distintas, um verdadeiro apanhado do "novo mundo"

Ao final, diante da serena luz do intelecto, temos a extinção gradual das trevas e do fanatismo, seu eterno companheiro. A jornada é encerrada com dignidade humana, mostrando a irrelevância do misticismo ao se lidar com a vida ou com a morte.



Curiosidade: A série foi filmada no castelo de Orava, na Eslováquia, o mesmo castelo utilizado em "Nosferatu" de 1922, a primeira adaptação cinematográfica (não-oficial) do Conde Drácula, representado na tela por Max Schreck no papel do Conde Orlok.



A resenha do livro original você pode ver clicando aqui: Resenha: Drácula de Bram Stoker